quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Como estudar Filosofia?  Parte 2

Não é possível tornar-mo-nos filósofos sem pensar, nas ilustres figuras da filosofia. Tal é, a importância de delinearmos nossos pensamentos ao redor de um grande filósofo. Somente dessa forma, é possível evoluirmos, tornando seus pensamentos em nossos pensamentos.

Pautar nossos pensamentos ao redor de um grande filósofo não nos impede de rejeitar ou colocar em dúvida todos aqueles pensamentos que escapam ao nosso juízo. A ideia é, aceitar aquilo que a nossa razão aceitar como verdade e, duvidar ou mesmo rejeitar tudo o que é pensamos ser falso.

Ao seguir as índoles de um filósofo, convém de antemão termos noção de que, ele pode estar errado em suas elucidações. Embora, para alguns, existem pessoas possuidoras do saber, é importante esclarecer que o objectivo do filósofo não é a posse do saber, mas, a procura da verdade, esteja ela onde estiver. E, aquilo que, para uns, esta mais próximo de ser verdade, pode claramente ser contestado por outros. É preciso então que, nos responsabilizemos por nossas palavras, acções e decisões se, estivermos errados. Como afirma Descartes, convém não nos situarmos nos extremos, uma vez que, se estivermos errados, é mais difícil redireccionar nosso trajecto pelo caminho certo.

Mesmo que não aceitemos o pensamento de outrem, convém que pensemos na sua razão de ser. O não aceitar não implica o não pensar. Podemos não aceitar a máxima de um autor e, mesmo assim pensar sobre essa mesma máxima. E, ao pensar sobre ela, isto é, ao colocar-mo-nos no lugar do outro, novas fronteiras se abrirão e estaremos mais próximos da nossa própria verdade. Pensar colocando-nos no lugar dos outros, implica além disso aprender com os outros, pois não haveria evolução dos seres e de suas actividades se não houvesse uma grande variedade de opiniões sobre o mesmo assunto.

Após termos escolhido, de entre todos, o filósofo que mais se identifica com a nossa forma de pensar, convém que nossos estudos, não se limitam excessivamente as suas obras. Será enriquecedor, tanto para nosso estudo, como para nossa forma de pensar, estudar também outros filósofos mesmo que de forma menos aprofundada.

O conhecimento filosófico que um estudante tem a felicidade de entrar em contacto, nunca deverá ser indiferentemente acumulado. O objectivo é, partindo desses conhecimentos ou pensamentos, criar argumentos, contra ou à favor de tudo aquilo que é lido. Procedendo dessa forma, pensando por nós próprios e raciocinado sobre as objecções de terceiros, estaremos mais próximos de começar a criar.

Segundo Platão, no que não se sabe, estão inerentes opiniões verdadeiras sobre o que não se conhece. Quer isso dizer que, de entre várias opiniões contraditórias, reside a verdade, mesmo que não seja ainda reconhecida. O nosso papel enquanto filósofos deverá ser o de, interpretar, e relacionar essas opiniões, e, mesmo as mais inconvenientes, deverão ser tidas em consideração.

Quando compreendemos de facto um determinado assunto, somos capazes de estabelecer ínfimas relações que, não só clarificam nosso entendimento como também, fortificam nossos argumentos.

E, é importante a leitura de diversas obras filosóficas de diferentes autores. Procedendo dessa forma, enriquecermos nossa forma de pensar, de compreender, de relacionar, de sintetizar e, de criar.



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