Como estudar Filosofia? Parte 2
Não é
possível tornar-mo-nos filósofos sem pensar, nas ilustres figuras da filosofia.
Tal é, a importância de delinearmos nossos pensamentos ao redor de um grande
filósofo. Somente dessa forma, é possível evoluirmos, tornando seus pensamentos
em nossos pensamentos.
Pautar
nossos pensamentos ao redor de um grande filósofo não nos impede de rejeitar ou
colocar em dúvida todos aqueles pensamentos que escapam ao nosso juízo. A ideia
é, aceitar aquilo que a nossa razão aceitar como verdade e, duvidar ou mesmo
rejeitar tudo o que é pensamos ser falso.
Ao seguir as
índoles de um filósofo, convém de antemão termos noção de que, ele pode estar
errado em suas elucidações. Embora, para alguns, existem pessoas possuidoras do
saber, é importante esclarecer que o objectivo do filósofo não é a posse do
saber, mas, a procura da verdade, esteja ela onde estiver. E, aquilo que, para
uns, esta mais próximo de ser verdade, pode claramente ser contestado por
outros. É preciso então que, nos responsabilizemos por nossas palavras, acções
e decisões se, estivermos errados. Como afirma Descartes, convém não nos
situarmos nos extremos, uma vez que, se estivermos errados, é mais difícil redireccionar
nosso trajecto pelo caminho certo.
Mesmo que
não aceitemos o pensamento de outrem, convém que pensemos na sua razão de ser.
O não aceitar não implica o não pensar. Podemos não aceitar a máxima de um
autor e, mesmo assim pensar sobre essa mesma máxima. E, ao pensar sobre ela,
isto é, ao colocar-mo-nos no lugar do outro, novas fronteiras se abrirão e
estaremos mais próximos da nossa própria verdade. Pensar colocando-nos no lugar
dos outros, implica além disso aprender com os outros, pois não haveria
evolução dos seres e de suas actividades se não houvesse uma grande variedade
de opiniões sobre o mesmo assunto.
Após termos
escolhido, de entre todos, o filósofo que mais se identifica com a nossa forma
de pensar, convém que nossos estudos, não se limitam excessivamente as suas
obras. Será enriquecedor, tanto para nosso estudo, como para nossa forma de
pensar, estudar também outros filósofos mesmo que de forma menos aprofundada.
O conhecimento
filosófico que um estudante tem a felicidade de entrar em contacto, nunca
deverá ser indiferentemente acumulado. O objectivo é, partindo desses
conhecimentos ou pensamentos, criar argumentos, contra ou à favor de tudo
aquilo que é lido. Procedendo dessa forma, pensando por nós próprios e
raciocinado sobre as objecções de terceiros, estaremos mais próximos de começar
a criar.
Segundo
Platão, no que não se sabe, estão inerentes opiniões verdadeiras sobre o que
não se conhece. Quer isso dizer que, de entre várias opiniões contraditórias,
reside a verdade, mesmo que não seja ainda reconhecida. O nosso papel enquanto
filósofos deverá ser o de, interpretar, e relacionar essas opiniões, e, mesmo
as mais inconvenientes, deverão ser tidas em consideração.
Quando compreendemos
de facto um determinado assunto, somos capazes de estabelecer ínfimas relações
que, não só clarificam nosso entendimento como também, fortificam nossos
argumentos.
E, é
importante a leitura de diversas obras filosóficas de diferentes autores. Procedendo
dessa forma, enriquecermos nossa forma de pensar, de compreender, de
relacionar, de sintetizar e, de criar.
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