sexta-feira, 22 de março de 2013

Erro, Verdade e Evolução


Por sermos seres imperfeitos, há que aceitar que o erro está tão presente em nossas vidas como a própria certeza. Erramos em tudo nas nossas vidas. Erramos na nossa avaliação, na avaliação do carácter das pessoas, na escolha de nossos amigos, companheiros, nossos argumentos, etc.

A mudança é no entanto possível se, de antemão aprendermos a reconhecer tais erros. O facto de errarmos sobre nossas próprias escolhas, nos faz muitas vezes duvidar da nossa pessoa. Mas é preciso entendermos que o erro, e principalmente o seu reconhecimento, é certamente uma das etapas que nos conduz à verdade.

Há pessoas que afirmam ter aprendido a lição mas que, continuam cometendo sempre os mesmos erros, à semelhança de um estudante que pensa ter entendido as explicações do professor mas que comete o mesmo erro para desespero de ambos.

É preciso aprendermos a aceitar e a respeitar as opiniões dos outros mesmo que, para nós não traduzem a verdade.

Mas o que é a verdade? É óbvio que a verdade é uma só.

Nesse sentido, se duas pessoas têm opiniões contrárias acerca de uma mesma realidade convém acreditarmos que um ou outro está mais próximo da verdade. É o caso por exemplo dos filósofos materialistas e dos racionalistas que defendem posições muito contrárias. Os filósofos racionalistas acreditam que os sentidos são fonte de erro. Os materialistas por sua vez dão provas de que apenas os sentidos nos permitem chegar a verdade sobre o objecto estudado. Mas em que ficamos?

Temos que aceitar que, pelo facto de estarem situados em extremos diferentes, um deles está mais próximo da verdade.

Porém, é precisamente entre opiniões contrárias que podemos encontrar a verdade. Mesmo que opinião não seja sinónimo de razão, uma simples opinião nos pode conduzir à conclusões válidas e de interesse colectivo.

São vários os exemplos que posso aqui expor e que, nos mostram que o erro é muitas vezes benéfico à nossa evolução em todos os níveis, pessoais, colectivos e epistemológicos.

Antigamente, acreditava-se que o Sol é que girava à volta da Terra (Teoria Geocêntrica).

Tempo depois, chegou-se a conclusão através de estudos científicos que afinal era a Terra que girava em torno do Sol. (Teoria Heliocêntrica).

Seria possível chegar a última conclusão se, antes a primeira não fosse considerada?

A vida é pois mistério que nós mesmos temos de aprender a desvendar e não esperar que alguém o desvende por nós. Pois, se alguém é capaz de conhecer a realidade da vida, porque não acreditar que também nós somos capazes. Aliás, como afirma Descartes, a razão é uma só, mas nem todos a usam da mesma forma e talvez por isso não nos interessamos pelas mesmas coisas.

 
 

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