É
normal hoje em dia, encontrarmos em todas as escolas fortes apostas nos trabalhos de grupo, como uma das possíveis formas de se avaliar
o aluno.
A
forma arbitrária como os grupos são formados permite-nos encontrar indivíduos
com personalidades muito diferentes mas que se respeitam mutuamente.
Grupos
desse tipo têm muita chance de alcançar o sucesso uma vez que de forma
democrática e inteligente conseguem chegar à um consenso quando existem disparidades
de opiniões e/ou ideias.
Mas existem também grupos que fazem do conflito e desentendimento características intrínsecas aos seus trabalhos ou pesquisas. Elementos desses grupos raramente conseguem chegar ao consenso uma vez que não aceitam a ideia do outro mesmo quando demonstrar mais assertividade naquilo que afirma ou defende. A falta de humildade bem como o não respeito ao próximo lhes fazem esquecer que, cada um tem uma forma diferente de olhar a realidade.
Dessa forma, um grupo constituído pelos melhores alunos de uma classe, pode muitas vezes revelar desempenhos relativamente baixos em relação à outros grupos onde pairam a moral, a ética e o respeito para com o semelhante.
O
objectivo é ter uma boa nota no final do trabalho e da avaliação e, nesse sentido
quanto menos obstáculos existirem, melhor para o grupo. Criam-se então
estratégias de inclusão ou exclusão daqueles que tanto podem ajudar como
dificultar o alcance de tal objectivo.
Os
indivíduos caracterizados de “fracos”, “lentos”, “preguiçosos”, são normalmente
amontados num único grupo quando deviam ser ajudados e inseridos em grupos diferentes
onde pudessem, aprender, e demonstrar as suas potencialidades.
Como seres humanos, já deveríamos ter percebido que também se aprende, e muito, com o insucesso
ou fracasso. E, muitas vezes na ânsia de alcançarmos o sucesso, a humildade é colocada de lado e tropeçamos na nossa própria arrogância. Como futuros profissionais, é importante que saibamos desde cedo não só interagir, como também ajudar os mais necessitados. Acções nobres, e altruístas fazem-nos sentir úteis numa sociedade em que fazer o bem é muitas vezes banalizado.
Não sou contra os trabalhos de grupo. Sou contra a forma como são idealizados tanto pelos professores
como pelos próprios alunos já que, aqueles não conseguem reequilibrar os grupos tento em vista a promoção da igualdade e interajuda, e estes por sua vez, não conseguem estabelecer uma ligação saudável assente no respeito e na aceitação do próximo. Para além disso, consta-se que alguns grupos ou elementos de grupo banalizam os trabalhos de investigação e não dão devido valor à construção
do seu próprio conhecimento.
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