Era
o início do semestre. Parecia um dia como todos, tirando o facto de, a turma
toda estar ansiosa para conhecer o novo professor. Esperávamos contudo que, ele
não fosse tão assustador como o nome da disciplina que iria leccionar: Concepção,
Gestão e Avaliação de Projectos em Educação e Formação.
Faltavam
alguns minutos para as oito da manhã quando o professor colocou os pés naquela
sala. A sala era bem grande mas, o número reduzido de alunos fazia com que
parecesse ainda maior. Não havia nada de especial nela, a não o seu tamanho que
a tornava ideal para as grandes palestras.
O
professor não era novo na escola. Era um homem da casa como se costuma dizer.
Parecia uma pessoa simples e, ainda me lembro quão motivadoras forma as suas primeiras
palavras dirigidas à turma. Naquele dia saí da sala radiante!
Transmiti
à todos os que, não conseguiram estar presentes na aula uma imagem bastante
positiva do professor “salvador”. Dizia para mim mesmo: é desse professor que
precisamos;
No
segundo dia, a aula foi interessante mas, nem tudo o que é interessante é
motivador. E, o que a turma precisara era mesmo de uma elevada dose de
motivação. Todo mundo reclamava das metodologias dos professores, e cada dia a
coisa ficava pior.
Os
dias foram passando e, a imagem inicial que tínhamos daquele professor-salvador
começava a perder-se. Era preciso muito esforço e força de vontade para
assistir uma aula daquele senhor. As aulas de três horas eram sem dúvidas as
mais dolorosas. Perda de tempo total. Talvez se não existisse uma lista para
controlo das presenças e, um limite de faltas, a grande maioria da turma
preferia ficar a dormir ao ter que assistir as aulas. Pode-se pensar que eu
estou exagerando, mas se falar a verdade for sinónimo de exagero, então
provavelmente estarei sim exagerando.
Existe
em mim sempre a impressão de que não me encontro numa Universidade de verdade.
Talvez elas funcionam todas da mesma forma. Mas prefiro acreditar na existência
de algumas onde se aprende de verdade, onde podemos encontrar professores e
alunos de verdade. Onde a relação professor-aluno seja antes de mais uma
relação voltada para a construção conjunta do conhecimento. Não de qualquer
conhecimento mas daquele que nos faz falta e que nos motiva a querer saber mais
e mais.
Há
momentos em que entro na sala de aula e quando saio, sinto um vazio enorme.
Vejo isso como um alerta ou sinal de que, não aprendi nada de relevante.
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